quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

No ano passado...

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.

Mario QuintanaUm ano novo repleto de saúde , paz nesse mundoque metade da humanidade esqueceramQue somos todos filhos de Deus.E somos todos irmãos.Seja bem vindo 2016

terça-feira, 8 de dezembro de 2015



Ah meu amor, se eu pudesse ! 
Pegaria todas as estrelas do céu Transportaria aquele intenso brilho E iluminaria o teu olhar.
  Ah meu amor, se eu pudesse !
 À luz daqueles astros 
Tomaria a direção do teu olhar 
Para que os meus olhos pudessem
 Os teus encontrar...
 Conservaria apenas o nosso contemplar Olhos nos olhos a deslumbrar. 
Ah meu amor, se eu pudesse !
 Gravaria em nossas memórias 
Aquele mágico momento do encontro
 Eu... Tu...

 Apenas nós e as estrelas...
 E somente o nosso desejo deslumbrar Viveríamos exclusivamente àquela hora

E contaríamos a nossa história ! 
 Ah meu amor, se eu pudesse ! 
Penetraria no teu pensamento

Deitaria o meu peito no teu 
Desvendaria a tua meditação 
Neste momento de busca e indecisão. 

Ah meu amor, se eu pudesse !
 Revelar por onde andas,
 Em que pensas...  

Para qual ponto tu olhas...
 E por que caminhas tão lentamente 
 Em minha direção ? 

Ah meu amor, se eu pudesse ! 
Se eu tivesse este domínio
 Cessaria essa busca infindável Fixaria o teu olhar no meu... 

O meu olhar no teu!...
 Ah meu amor, se eu pudesse !
 Observaríamos as estrelas  
numa só contemplação ! 

Juntos, teríamos apenas um olhar,
 Uma só direção... Um só coração...
 Para o nosso amor consagrar.
  
Ah meu amor, se eu pudesse !

Socorro Lima Dantas
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domingo, 22 de novembro de 2015

Tomara

Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes



Mais do que arte

Mais do que arte, eu chamaria de sentimento
àquele que amando o mundo, na vida se concentrou
e na terra pintou um quadro que torna real este momento,
onde a chuva canta a canção que o vento lhe ensinou. 

A nuvem negra pelo relâmpago aclarada,
balança no ar sem o menor sinal de dor
e vestida da sua natural realeza, aceita encantada
a forte voz do trovão que lhe sabe falar de amor.

E cada gota de água é como um beijo na terra,
onde o solo se sente como ventre encantado,
germinando a semente na planície ou na serra,
demorando nos meus olhos como um beijo demorado. 

A quem devo agradecer tamanha beleza
ao poder sentir que na noite tanta vida se acende,
se a nuvem esconder a lua, o sol a fará luz acesa
e que a chuva se liberta ao cair na folha que a prende.


Fernanda R. Mesquita.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Aprendendo a conversar com Deus


Para conversar com Deus é preciso antes de tudo aprender a estar em silêncio.

Muitos se queixam que não conseguem ouvir a voz de Deus e, portanto, não há nenhum mistério. 

Deus nos fala. Mas geralmente estamos tão preocupados em falar, falar e falar, que Ele simplesmente nos ouve. Se falamos o tempo todo, nada mais natural que ouvirmos o som da nossa própria voz. Enquanto nosso eu estiver dominando, só ouviremos a nós mesmos. 

A maneira mais simples de orar é ficar em silêncio, colocar a alma de joelhos e esperar pacientemente que a presença de Deus se manifeste. E Ele vem sempre. Ele entra no nosso coração e quebranta nossas vidas. Quem teve essa experiência um dia nunca se esquecerá.

Nosso grande problema é chegar na presença de Deus para ouvir somente o que queremos. Geralmente quando chegamos a Ele para pedir alguma coisa, já temos a resposta do que queremos. Não pedimos que nos diga o que é melhor para nós, mas dizemos a Ele o que queremos e pedimos isso. É sempre nosso eu dominando, como se inversamente, fôssemos nós deuses e que Ele estivesse à disposição simplesmente para atender a nossos desejos. Mas Deus nos ama o suficiente para não nos dar tudo o que queremos, quando nos comportamos como crianças mimadas. Deus nos quer amadurecidos e prontos para a vida.

Quem é Deus e quem somos nós? Quem criou quem e quem conhece o coração de quem? Somos altivos e orgulhosos. Se Deus não nos fala é porque estamos sempre falando no lugar dEle.

Portanto, se quiser conversar com Deus, aprenda a estar em silêncio primeiro. Aprenda a ser humilde, aprenda a ouvir. E aprenda, principalmente, que Sua voz nos fala através de pessoas e de fatos e que nem sempre a solução que Ele encontra para os nossos problemas são as mesmas que impomos. Deus também diz "não" quando é disso que precisamos. Ele conhece nosso coração muito melhor que nós, pois vê dentro e vê nosso amanhã. Ele conhece nossos limites e nossas necessidades. 

A bíblia nos dá este conselho: "quando quiser falar com Deus, entra em seu quarto e, em silêncio, ora ao Teu Pai."

Eis a sabedoria Divina, a chave do mistério e que nunca compreendemos. Mas ainda é tempo...

Encontramos no livro de Provérbios a seguinte frase:
"as palavras são prata, mas o silêncio vale ouro." 

A voz do silêncio é a voz de Deus. E falar com Ele é um privilégio maravilhoso acessível a todos nós.
Letícia Thompson

sexta-feira, 21 de agosto de 2015


Além do horizonte. 

Além do horizonte
Há povos sofridos,
Há muitos gemidos,

Há guerras que estouram.
Além do horizonte  
Há fome e máquinas

Fazendo o serviço do homem.
Além do horizonte
Há doentes, carentes,

Há falta de pão
E bombas para destruir o irmão.
Além do horizonte

Há grandes cidades
E muita infelicidade.
Além do horizonte

Há pessoas que,
Como muitos,
Ainda sonham
Com o que deve existir
Além do horizonte.

Letícia Thompson.

quarta-feira, 29 de julho de 2015


Sol do meu dia.
Veja com alegria,
Esta doce alegoria,
Que traz o amor como alforria...

De petalas de salvia
Ao bouquet de hortensia
Das cores da tulipa
Ao perfume de gardenia...

Celebra a estacao das flores
Do encantamento dos amores
A primavera surge na nascente
Radiante, e celebra o dia no poente...

AjAraujo, o poeta humanista. 




sábado, 25 de julho de 2015

Somente se Queixa 

Ditoso seja aquele que somente  Se queixa de amorosas esquivanças; 
 Pois por elas não perde as esperanças  De poder nalgum tempo ser contente. 
  Ditoso seja quem estando ausente  Não sente mais que a pena das lembranças; 
 Porque inda que se tema de mudanças, 
 Menos se teme a dor quando se sente.  
 Ditoso seja, enfim, qualquer estado,  Onde enganos, 
desprezos e isenção  Trazem um coração atormentado. 
  Mas triste quem se sente magoado  
De erros em que não pode haver perdão  Sem ficar na alma a mágoa do pecado.
Luís Vaz de Camões

sexta-feira, 27 de março de 2015



Este é um poema de amor 
tão meigo, tão terno, tão teu... 

É uma oferenda aos teus momentos 
de luta e de brisa e de céu... 

E eu, 
quero te servir a poesia 
numa concha azul do mar 
ou numa cesta de flores do campo. 

Talvez tu possas entender o meu amor. 
Mas se isso não acontecer, 
não importa. 

Já está declarado e estampado 
nas linhas e entrelinhas 
deste pequeno poema, 
o verso; 
o tão famoso e inesperado verso que 
te deixará pasmo, surpreso, perplexo... 
eu te amo, perdoa-me, eu te amo... 

"Poeminha Amoroso"
Cora Coralina

domingo, 11 de janeiro de 2015

Morre lentamente Quem não viaja,
Quem não lê, Quem não ouve música, 
Quem não encontra graça em si mesmo  Morre lentamente Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.  
Morre lentamente

Quem se transforma em escravo do hábito Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca, Não se arrisca a vestir uma nova cor ou  Não conversa com quem não conhece.  
Morre lentamente Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, 
Justamente as que resgatam o brilho dos  Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente 
Quem não vira a mesa quando está infeliz  Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto  Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...  
Viva hoje ! 
Arrisque hoje !  
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ.
Martha Medeiros